- Esta é uma história muito interessantes, que atravez dela possamos refletir e observar mais as coisas da vida para que encontramos nosso grande amor, as vezes ele esta ao nosso lado e não percebemos.
VIDA REAL
Liguei o rádio e encontrei meu amor
Era hora do rush, e a microempresária paulista Andréia Prado de Oliveira, 32 anos, estava com a cabeça cheia de problemas: um casamento desfeito, um namoro enrolado, uma filha pequena, muitas dívidas. Na tentativa de driblar o trânsito e melhorar o ânimo, procurou no dial um programa relaxante. Encontrou um de jazz, na rádio Eldorado. E acabou se apaixonando pelo locutor Daniel Daibem. 'Desde essa noite, nunca mais me perdi dele', diz ela.
Entrei no carro exausta, depois de um dia de trabalho, e fiquei alguns minutos ali dentro, olhando para o infinito, desanimada, triste, sozinha. A vida estava complicada demais. Embora meu casamento já tivesse terminado havia quase três anos, ainda tinha o namoro enrolado que não dava mais certo, a sociedade que não fora para a frente e deixara contas. Havia minha filha de 4 anos, que sentia falta da minha companhia e não tinha como entender que a mãe estava ausente porque precisava trabalhar para pagar dívidas e tentar juntar dinheiro para montar, agora sem sócios, uma nova loja de roupas. Para completar, eram 13 quilômetros separando a Vila Nova Conceição, onde eu trabalhava, do bairro do Limão, onde morava. Às sete da noite, isso significava encarar um trânsito caótico que, certamente, só faria agravar a minha dor.
Nesse dia, liguei o carro a fim de ouvir alguma coisa suave e lembrei que não tinha um som que tocasse CD porque eu não tinha trocado o aparelho que veio de fábrica. Mais essa. Antes de sair, tentei encontrar uma rádio FM que me oferecesse músicas calmas e um apresentador que não ficasse gritando no meu ouvido. Deixei em um programa de jazz na Eldorado e rapidamente a voz do locutor começou a me acalmar. Ele falava de um jeito agradável, leve, engraçado, inteligente. A partir dali, todos os dias, indo para casa sintonizava no programa e aquele locutor me fazia companhia no carro.
Comecei a perceber que aquele era o momento mais feliz do meu dia. No trabalho, esperava ansiosamente a hora de voltar para casa e me encontrar com Daniel, o dono da voz do rádio. O bom humor dele me deixava feliz, me fazia rir, e notei que faltava isso na minha vida: alguém que me fizesse rir, me distraísse, me encantasse. Comecei a pensar que seria muito bom ter um amigo como ele e, todos os dias, quando ele dava boa noite pelo rádio, eu respondia em voz alta: 'Boa noite, Daniel'. Sem que me desse conta, me peguei pensando nele durante o dia. De repente, ele estava dentro da minha cabeça no jantar, antes de dormir, quando acordava... Aquele cara estava virando uma obsessão. O que estava acontecendo comigo?
Nunca fiz o tipo tiete, groupie, fã desesperada, muito menos mulher obsessiva. Resolvi contar a uma amiga que achava que estava apaixonada pelo homem do rádio. Ela, claro, achou aquilo uma tremenda bobagem. Mas eu estava viciada nele e comecei a fazer com que todos ouvissem o programa. Devo ter colaborado com a audiência porque só pensava e falava nisso. Se tinha que ficar no trabalho até mais tarde, ligava o rádio e pedia para que todos prestassem atenção no Daniel e nas coisas que ele falava. Comecei a dizer para minhas amigas que ia acabar namorando aquele cara, e elas riam da minha cara, quase com piedade. Quando saíamos para jantar ou dançar, eu olhava em volta e nenhum homem me agradava. Nenhum deles era tão interessante quanto o tal Daniel, que eu nunca tinha nem sequer visto.
Meu namoro, que já não ia muito bem, desandou. Eu saía com ele e pensava no Daniel. Comecei a achar que estava enlouquecendo. Terminei o namoro porque não fazia sentido sair com um cara e pensar em outro. Por mais ridículo que fosse, eu estava apaixonada pelo locutor. Não importava que ele não me conhecesse: eu o conhecia. No carro, passei a dizer 'boa noite, meu amor', em vez de 'boa noite, Daniel'. Loucura. Uma loucura que ganhava ritmo, e eu comecei a achar que tinha que fazer alguma coisa concreta.
Encontrei no orkut uma comunidade que falava dele, e vi ali uma foto. Antes de aumentar a foto dele na minha tela, pensei: 'E se ele for medonho?'. Arrisquei. Ele era um gato! Na hora, adorei. Mas aí achei que um homem como aquele jamais estaria sozinho. Pior: devia ser casado. Agora, precisava saber. Entrei no site da rádio, fui atrás do e-mail dele e escrevi: 'Daniel querido, sua companhia na volta para casa me faz muito bem. Acho que estou apaixonada. Beijo, Andréia'. No dia seguinte, estava na loja quando abri meu e-mail e...surpresa. Ele tinha respondido!
Chamei todo mundo para ver, fiz escândalo, fiquei com a perna bamba. Tudo porque ele respondeu: 'Pô, Andréia, assim fico sem jeito. Mas é muito bom saber que você presta atenção nas minhas besteiras. Valeu o elogio. Beijos, Daniel'. E agora? O que eu devia fazer? Responder, é evidente. Mas não podia correr o risco de ele achar que eu era maluca, chata ou feia. Então, na mesma hora escrevi: 'Eu moro perto da emissora. Podemos tomar um café? Não se preocupe porque não sou nem maluca, nem chata, nem feia'. Era pretensioso, mas eu precisava dizer aquilo. A resposta dele não demorou. 'Quem sabe um dia desses a gente se encontra.'
Fiquei desanimada, mas longe de desistir. Saí perguntando para todo mundo que eu conhecia e que gostava de música se alguém já tinha ouvido falar do Daniel. Até que um dia encontrei uma amiga que estudava na escola de música em que ele também estudava. Perguntei se ela conhecia o Daniel, o locutor que fazia aulas na escola dela. Sim, ela o conhecia, mas meu mundo apagou assim que ela disse: 'Conheço, ele é casado'.
Voltei para casa aos prantos. Como pude ser tão boba? Quanta tolice. Me apaixonei pelo cara do rádio, que coisa idiota. Desde esse dia, tentei não pensar mais nele e a vida voltou a ficar estranha e pesada. Ia para casa e evitava ligar o rádio. Estava, outra vez, sozinha. Até que um dia, algumas semanas depois, uma amiga me ligou e disse: 'O programa do Daniel vai ser apresentado ao vivo direto do Bourbon Street [uma sofisticada casa de shows em São Paulo]. Vamos?'. Minha empolgação voltou na mesma hora. Para deixar tudo mais colorido, aquela amiga que o conhecia da escola de música também ligou para contar que tinha ido se informar e que o cara não era casado e nem tinha namorada. Eu não estava acreditando.
No dia da bendita apresentação, não dormi. No trabalho, não conseguia me concentrar. Meu coração estava disparado, eu não comia nada e tive uma dor de barriga horrorosa. O que era aquilo que eu estava sentindo? Convidei algumas amigas para irem comigo e lá fui eu para o Bourbon Street. Entrei e não demorei para vê-lo. Naquela hora, tive a exata noção de que estava perdida. Ele era um charme. Fiquei ali de queixo caído vendo ele falar, tocar (sim, porque descobri que, além de ser locutor, ele tinha uma banda e tocava guitarra), fazer graça. No final, saí para tomar um ar, estava muito nervosa. Quando voltei, dei de cara com ele. Ali, não havia jeito. Se eu não falasse nada, podia ir embora e parar com aquela coisa toda que já durava meses. 'Oi. Você não foi tomar um café comigo. Então, eu vim te ver.' Foi tudo o que consegui dizer.
'Você é a Andréia?', ele perguntou. Só consegui balançar a cabeça, confirmando. Nenhuma outra frase saiu da minha boca. Por sorte, ele pegou a rédea e não soltou mais. 'Fica exatamente aqui porque tenho que tocar com a banda, mas quando acabar venho falar com você.' E, de fato, quando terminou, ele veio direto para a minha mesa e sentou ao meu lado. Nessa hora, uma amiga pegou a câmera da bolsa e disse: 'Deixa eu tirar uma foto de vocês'. Ele me abraçou para posar para a foto e, enquanto ela tentava encontrar o enquadramento, ele disse no meu ouvido, com aquela voz de locutor: 'Você tem namorado?'. Falei que não, e ele emendou: 'Você não mentiu no seu e-mail'.
Pronto! Eu já não sentia mais as minhas pernas. Era a pessoa mais feliz do mundo. Naquela noite, conversamos um pouco e trocamos telefones. Na hora de ir embora, fui dar um beijo no rosto dele, e Daniel me deu um selinho. Se havia um mínimo pedaço meu que não tinha se apaixonado, ele se apaixonou exatamente ali. Como ele tinha que ir para um outro evento, nos despedimos, entrei no carro e comecei a pular e a gritar descontroladamente.
No dia seguinte, estava trabalhando quando ele ligou. Conversamos rapidamente, e ele me disse que tinha um outro evento de trabalho. Disse que poderíamos sair qualquer outro dia, mas ele falou que queria me levar para jantar e que podia ser antes do trabalho. Concordei, é evidente. No restaurante, Daniel me contou sobre sua vida, falou de seus sonhos, me fez rir, me emocionou. E eu, completamente apaixonada, falei sobre a minha vida, sobre meus sonhos, sobre tudo a meu respeito. Desde essa noite, nunca mais nos separamos. Ele e minha filha se adoram e existe muito respeito nas relações familiares, inclusive com meu ex-marido.
Tanto o Daniel quanto eu estamos nos dedicando muito ao trabalho, concentrados em crescer profissionalmente, e por isso casamento não é uma coisa sobre a qual falamos muito. Moramos em casas diferentes, mas a rotina é maravilhosa e existe muito carinho e companheirismo entre a gente. Em setembro, fez um ano que jantamos juntos pela primeira vez. Faz, então, pouco mais de um ano que eu encontrei o meu amor: dentro do carro, numa noite estranha e cheia de dor que marcaria, mal sabia eu, o começo da melhor fase da minha vida.'
Fonte: Revista Marie Claire
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2 comentários:
Adorei! que bencao enorme ..que vcs sejam muito felizes para sempre ...ate chorei !um beijo grandao !
fabiana
Que história mais apaixonante! Belas histórias estão em extinção, que a sua dure eternamente.
Deus os abençoe, sempre!
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